segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fado

Eu estou quase desenhando um poema
quase, ainda não.
Por vezes quando no vazio da mente
no ponteiro do relógio, degustamos
todas as saudades, às vezes a gente
nem quer mais conhecer ninguém.
Só às vezes...
Porque, verdade seja dita,
a saudade, tema cansado
dos poetas dos bares,
dos cantores das ruas,
dos artistas do mundo,
ela carrega em si
tanto pra nos mostrar que não temos
nada.
A saudade, pátria imaginária
onde nascem as canções e a tristeza
é meu único regresso.
A saudade me embala no seu colo quente
de boas lembranças, tudo passado.
É ela que me acorda pro gosto ruim
das perdas.
Entre a solidão dos ausentes
e o doce pavor pelos que virão
nada,
ou apenas,
o pressentimento
de um poema que estou prestes a pintar.
Ainda não.

ºCo-autoria: Ana Beatriz Rangel.
Muito obrigada minha amiga,
para você - artista - uma flor.
http://vermelholimao.blogspot.com.br/