quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desata(dor)


Penso mais do que gostaria
e a parte que me cabe
pequenininha
é só o que me dói.

Se me visse sendo o outro me diria:
Não dá ponto pra tristeza
que a tristeza é vadia
vai se aproximando, ficando , sendo.
Só é triste quem tem tempo para ser.
Se é o que tem pra hoje, vive.
A gente não sabe o que merece.

Diria ainda:
A culpa é sua!

A participação do outro inexiste
dentro da grande expectativa
criada por nós.
Nós!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Alter-retrato

Não quero fazer retrato de uma pessoa triste-na-praça, mas fiquei olhando a menina triste-na-praça e imaginando os motivos que a deixaram como que melancolia.
Eu não tenho nada a ver com isso e também nada para fazer, porque meu ônibus não chega e olhei a menina. Tava sol, ela cinza. A menina na-praça-triste. Poderia sua mãe ter morrido em decorrência de um acidente vascular cerebral que tem recorrência entre qualquer número de idade dos quarenta até o fim. Que pode ser: cigarro, bebida, stress, ou nenhuma das alternativas. Talvez a menina esteja triste porque brigou com seu namorado, por ter amor demais por ele e ele de menos por ela , ou ela só ache isso porque o namorado não gosta de falar, prefere demonstrar. Talvez prefira beijos à rosas em datas comemorativas e isso a chateie. Talvez seja isso. Talvez de manhã antes do trabalho ela decidiu ligar a televisão,mas de manhã na televisão só tinha notícia ruim e ela ficou triste. Acendeu um cigarro atrás-do-outro por causa disso talvez. Por que não? Talvez seja a tensão pré-menstrual que faz com que as mulheres sejam vítimas da inversão hormonal de mês-em-mês e ela esteja triste. Simples assim. Eu sinceramente prefiro que seja tpm, porque aí vai passar. Todo o resto seria triste demais pra minha personagem. Talvez ela não seja triste, só esteja. Meu ônibus chegou, mas é sempre bom frisar que até o fato de só ter notícia ruim na televisão deixa qualquer um triste. Eu fico triste.